Fuxico...

Palavra de origem popular e muito comum pelas bandas de cá do Nordeste. Diz a lenda que mulheres no interior encostavam tamburetes no batente de casa para costurar e falar da vida alheia. Pronto, nascia ali o danado do fuxico: ato de falar do povo, fofocar e não raramente aumentar ou adornar histórias da vida real, entre outros sinônimos. E detalhe: o danado do fuxico é verbo e pode sim ser conjugado. Eu fuxico, tu fuxicas, ele fuxica... Nós fuxicamos. E quem não fuxica? Aqui no blog eu assumo a posição de "fuxiqueira". Mas que fique claro: a intenção não é nem de longe futricar a vida dos outros. A ideia é contar causos do meu universo particular, que, por vezes, rendem boas risadas e outras provocam reflexão. Lembrando que qualquer mote pode render uma boa história. Atendendo à pedidos de amigos queridos, agora sou "fuxiqueira" oficializada pelas ondas da web. Eita! Pegue aí seu tamburete que o fuxico já vai começar!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quantos pesos você tem?


Lá pelas tantas de ontem à noite mainha pediu que fosse com ela à farmácia. O final de semana foi arretado, mas uma garotinha de uns seis anos fechou o meu domingo com chave de ouro! Aquela máxima de que "menino é fogo" se aplica em número, gênero e grau à danadinha, que ficou impressionada com os quilos que ela tem no auge da infância. Aonde se aplica a máxima "menino é fogo"? Quando ela insistentemente pediu pros pais também subirem na balaça (momentos de tensão). Ela estava louca pra saber quantos "pesos" (na liguagem dela) os pais tinham.

- Paiiiiii, eu tenho 20 pesos!! Sobe na balança que eu quero ver você quantos pesos você tem!!

E eu na fila com mainha pensando  com meus botões: "tu ainda vais chegar aos 30 danada". A bichinha insistiu tanto que o pai acabou rendendo-se aos apelos dos "quantos pesos você tem". A mãe, com cara de pouquíssios amigos, só mandava um rabo de olho com um medo estratosférico de ser a próxima. Mas não adiantava ter medo, ela certamente não escaparia... rá!!

- Mãeeeee, painho tem 24 pesooooossssss!

Nesse momento ri levemente por dois motivos. Motivo 1: ele jamais teria somente aquele peso. Motivo 2: o número não era lá muito ortodóxico ... Na verdade, o censo comum diz que é desaconselhável para homens héteros.
A menina era dura na queda e conseguiu que a mãe subisse na balança. Lógico que a mamis da garotinha tratou de largar a bolsa mega grande que carregava e os pacotes com alguns remédios. Tirou também o sapatinho e saiu em disparada:

- Nossa, acabei de comer...

Eita, foi a frase minimizadora de culpa pelo jantarzinho da nobre senhora, que não pareceia muito interessada em saber quantos "pesos" tinha (pelo menos não pós jantar). Foi quando veio a pérola da noche:

- Mãeeeeeeeeeee.... você tem muitos mais pesos que painho e euuuuuu!!!!

Moral da história: em caso de necessidade de ir à farmácia, deixe as crianças em casa ouuuuu não jante, por uma questão de prudência. Falei... menino é fogo!

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