Fuxico...

Palavra de origem popular e muito comum pelas bandas de cá do Nordeste. Diz a lenda que mulheres no interior encostavam tamburetes no batente de casa para costurar e falar da vida alheia. Pronto, nascia ali o danado do fuxico: ato de falar do povo, fofocar e não raramente aumentar ou adornar histórias da vida real, entre outros sinônimos. E detalhe: o danado do fuxico é verbo e pode sim ser conjugado. Eu fuxico, tu fuxicas, ele fuxica... Nós fuxicamos. E quem não fuxica? Aqui no blog eu assumo a posição de "fuxiqueira". Mas que fique claro: a intenção não é nem de longe futricar a vida dos outros. A ideia é contar causos do meu universo particular, que, por vezes, rendem boas risadas e outras provocam reflexão. Lembrando que qualquer mote pode render uma boa história. Atendendo à pedidos de amigos queridos, agora sou "fuxiqueira" oficializada pelas ondas da web. Eita! Pegue aí seu tamburete que o fuxico já vai começar!

terça-feira, 24 de maio de 2011

E daí, minha filha?

Como pode uma danadinha de tamanho mini bagunçar o coreto¿ Pode! Essa é Beatriz, a danada da Bia. Filha da minha prima Maytê, Bia é um toquinho de gente que no auge dos 4 anos de idade já está na fase de dizer o pensa sem a menor cerimônia ou constrangimento (pra desespero meu!). Ela e Sofia (caso a parte dessa história), vez por outra estão lá em casa no final da tarde. Outro dia cheguei e Bia estava mexendo nas fotos do meu mural.
- Bia... Paula já falou que não é pra mexer nas fotos do mural... Lembra?
- É eu sei...

A resposta veio acompanhada com uma carinha que dizia nas entrelinhas: e daí, minha filha?
Tratei de tirar ela de lá, fazer o bom e velho embromation e consegui que ela fosse brincar de outra coisa, dentro do meu quarto, claro!! A gente estava empilhando uns brinquedos e ela saiu com essa:
- Quem dorme nessa cama? (como se ela não soubesse...)

Olha a cara da bichinha... e a pose!
Arrasa, Bia!

- Mila que dorme aí. Tu não sabe?
- Nessa casa toda tu sabe de quem eu gosto mais?
Lascô..... eu já estava ouvindo a resposta antes dela falar!
- Não... de quem...? (medo!)
- Gosto mais de Camila!

Ahhh bicha sem vergonha!!!!! Fui devidamente retaliada por não ter deixado ela brincar com as fotos do mural (bem feito pra minha leseira!). Outra coisa que conta pontos pra Camila é o fato de ter convidado Bia pra ser daminha no casamento dela. Putz... quem mandou eu não casar e chamá-la pra ser minha daminha uhahahahahahahaha! Juro!!! Sou uma “tia” bacaninha. Mas, quem disse que ela é boba¿ Ainda mais nessa idade quando as antenas estão a todo vapor e em que é permitido dizer o que se quer, sem a menor cerimônia. Né, Bia?!!

O que me consola é que ela disse aos pais semanas atrás que apesar de gosta muito mais de Camila, ela gosta de mim (disse do jeitinho dela, mas disse). Valeu, Bia!!!! Paula gosta muitão de você! rs... Adoro essa bichinha sem vergonha! Hoje quando cheguei em casa ela veio toda derretida pedir pra eu dar banho nela. Cheia dos motivos: eu deixo ela ensaboar as paredes todinhas do box com uma esponja que fica guardada só pra isso...

domingo, 22 de maio de 2011

Se Açucena pode, eu posso

  
Real: rainha e rei da Pedra do Reino
Não, a moça da foto não sou eu!!

Semana que vem, numa cidade chamada São José do Belmonte, no Sertão Central (longe!!), acontece mais uma edição da Cavalgada da Pedra do Reino. A simpática cidade é a terra natal mainha e alguns tios e primos, de tudo quanto é grau, vivem por lá. Eu nunca compreendi direito essa história da cavalada, muito embora a primalhada toda faça parte do cortejo que sai da cidade todo ano em direção a pedra, que na verdade são duas enormes e ficam fora da cidade. Este ano cheguei a me programar a ir, mas estarei em Caruaru em viagem de trabalho. Massa, né?

Resumo da ópera (de maneira muito grosseira...): um grupo de religiosos viveu daquelas pedras e acreditava que Dom Sebastião ressurgiria dali como mágica. Dizem que nos pés daquelas pedras aconteceu o massacre de cerca de 50 pessoas, dentre mulheres, homens e crianças, em sacrifício a “vinda” do danado do Dom Sebastião, que “inté” hoje nunca no Brasil ressurgiu das cinzas! Ah, Bastião aí morreu em 1838 em batalha contra os mouros (queria que eles se tornassem a todo custo cristãos) e foi rei de Portugal. É por isso que na cavalgada há cavaleiros de vestimenta azul, representando os cristãos, e os de vermelho, que fazem as vezes dos mouros.


Eu no castelo (ainda em construção)

Uma semana todinha de festa culminando com o cortejo dos tais cavaleiros, um rei e uma rainha (devidamente paramentados num sol escaldante típico da região, pense!), além de uma ruma de “súditos”. Mas o melhor de tudo é que a cidade ganhou um castelo, um Castelo Armorial. Idealizado e construído por um primo meu, Clécio Novaes, o castelo está dividido em três pisos construídos numa área de 1.500m² bem na entrada da cidade. São salões imensos que retratam o cotidiano do sertanejo em cenas reproduzidas por bonecos traçando uma ligação entre o sertão e a história da Pedra do Reino. Caso ainda não tenham compreendido a ligação do parentesco eu explico: eu sou da realeza!! Realeza sertaneja, mas sou! Açucena não é lá em Brogodó? ? ? ? Por que eu não posso ser a condessa prima do rei dono do Castelo Armorial em Belmonte? ?


Castelo Armorial prontinho!


Na Semana Santa do ano passado estive lá com meus pais e minha irmã mais velha, Pretinha. O castelo estava em construção ainda, mas fizemos questão de ver por dentro o que Clécio estava arquitetando. Ao entrar naqueles salões e ver algumas das peças típicas do Movimento Armorial (cabras-aladas, serpentes, gaviões...) a gente tinha certeza de que se tratava de um sonho que já tomava forma e aos poucos deixava de povoar apenas a mente dele pra se tornar um memorial incrível da cultura pernambucana. Jabá: indo pras bandas de Salgueiro, vale dar uma passadinha pra conhecer o castelo cravado no meio do sertão!

sábado, 21 de maio de 2011

Coisas boas precisam de mim!!

Eu e Carlota durante viagem "auto-estima na estratosfera".
Uma semaninha não muito legal me redeu um papinho massa com uma pessoinha arretada! Carla é minha ex-professora na graduação de jornalismo (confesso: não entendia nada de diagramação, por isso as aulas não eram atrativas pra mim e comumente fazia cara de paisagem... não briga comigo, tia!!) e anos depois se tornou colega de trabalho. Acho que trabalhamos aqui na secretaria um ano e meio... dois anos... e foi uma época muito massa! Foi durante esse período que a pessoa aqui aprendeu minimamente alguma coisa sobre bom gosto em criação gráfica. A danada arrasa quando o assunto é leveza. Ah! Ela foi uma companheira e tanto na viagem pra Argentina. Voltamos com a auto-estima batendo na estratosfera!!! Bom, motivo do meu papinho com Carlota hoje à tarde? As news da semana. Assuntos de trabalho, algumas mudanças que me deixaram de orelha em pé, detalhes que são naturais do meio, mas que mexem com a gente.

Entre uma frase ou outra de ânimo ela disse assim: "Anninha, a gente precisa é de coisas boas"! Discordei na hora, no ato! Disse logo: "Carla, as coisas boas é que precisam da gente!". Disse isso por diversas razões. Por questões trabalhísticas, mas, principalmente, por questões do cuore e coisa e tal. É que quando a maré está braba os problemas brotam do chão com uma facilidade incrível e de quebra o juízo da gente trata de tacar uma lente de aumento em tudo (vai-te!). Estou cansando de ficar suspirando imaginando se agradei ou não. Tô cansando dos outros serem novidade pra mim. Quero mais é ser novidade na vida de alguém, mas tá lasca e de rosca esse dia chegar! Ainda ontem, falando sobre filmes, um colega de trabalho perguntou sobre os gêneros que costumo ver. Disse que gosto de todos os mentirosos, menos os romances e as comédias românticas. "Ué, Anna... você não acredita no amor?". Lascôoooooooooo!!!! Nesse caso sou igual a São Tomé, tenho que ver pra crer. Como nunca aconteceu pra mim, sou "obrigada" a achar que elfos existem sim e que lenda mesmo é esse treco que atende pela alcunha amor, parecendo ser pra uns e outros não. Acho que meu cupido é drogado ou alcoólatra (seria uma explicação razoável...).

Ainda no final de semana passado uma amiga da época de colégio fez um comentário semelhante ao meu pensamento. No meio de um forró massa (gente, Casa de Zé Nabo tá bombando!) ela disse assim: "Não sei mais o que fazer, Paula. Já fui fácil, já fui difícil e nada acontece!". Achei uma onda o jeito dela falar! Detalhe: o comentário foi de uma mulher linda, gente boa pacas, independente, animada e inteligente (certamente tem defeitos, como eu e você). Crise existencial ou não há coisas que sem fazer o menor esforço detonam a semana da gente. É por isso que eu preciso ser novidade e deixar de uma vez por todas de achar que tudo é novidade pra mim. Hummm tô pensando seriamente de dar uma passada em Buenos Aires e renovar meu estoque de "auto-estima na estratosfera". Coisas boas precisam de mim!