Fuxico...

Palavra de origem popular e muito comum pelas bandas de cá do Nordeste. Diz a lenda que mulheres no interior encostavam tamburetes no batente de casa para costurar e falar da vida alheia. Pronto, nascia ali o danado do fuxico: ato de falar do povo, fofocar e não raramente aumentar ou adornar histórias da vida real, entre outros sinônimos. E detalhe: o danado do fuxico é verbo e pode sim ser conjugado. Eu fuxico, tu fuxicas, ele fuxica... Nós fuxicamos. E quem não fuxica? Aqui no blog eu assumo a posição de "fuxiqueira". Mas que fique claro: a intenção não é nem de longe futricar a vida dos outros. A ideia é contar causos do meu universo particular, que, por vezes, rendem boas risadas e outras provocam reflexão. Lembrando que qualquer mote pode render uma boa história. Atendendo à pedidos de amigos queridos, agora sou "fuxiqueira" oficializada pelas ondas da web. Eita! Pegue aí seu tamburete que o fuxico já vai começar!

domingo, 22 de maio de 2011

Se Açucena pode, eu posso

  
Real: rainha e rei da Pedra do Reino
Não, a moça da foto não sou eu!!

Semana que vem, numa cidade chamada São José do Belmonte, no Sertão Central (longe!!), acontece mais uma edição da Cavalgada da Pedra do Reino. A simpática cidade é a terra natal mainha e alguns tios e primos, de tudo quanto é grau, vivem por lá. Eu nunca compreendi direito essa história da cavalada, muito embora a primalhada toda faça parte do cortejo que sai da cidade todo ano em direção a pedra, que na verdade são duas enormes e ficam fora da cidade. Este ano cheguei a me programar a ir, mas estarei em Caruaru em viagem de trabalho. Massa, né?

Resumo da ópera (de maneira muito grosseira...): um grupo de religiosos viveu daquelas pedras e acreditava que Dom Sebastião ressurgiria dali como mágica. Dizem que nos pés daquelas pedras aconteceu o massacre de cerca de 50 pessoas, dentre mulheres, homens e crianças, em sacrifício a “vinda” do danado do Dom Sebastião, que “inté” hoje nunca no Brasil ressurgiu das cinzas! Ah, Bastião aí morreu em 1838 em batalha contra os mouros (queria que eles se tornassem a todo custo cristãos) e foi rei de Portugal. É por isso que na cavalgada há cavaleiros de vestimenta azul, representando os cristãos, e os de vermelho, que fazem as vezes dos mouros.


Eu no castelo (ainda em construção)

Uma semana todinha de festa culminando com o cortejo dos tais cavaleiros, um rei e uma rainha (devidamente paramentados num sol escaldante típico da região, pense!), além de uma ruma de “súditos”. Mas o melhor de tudo é que a cidade ganhou um castelo, um Castelo Armorial. Idealizado e construído por um primo meu, Clécio Novaes, o castelo está dividido em três pisos construídos numa área de 1.500m² bem na entrada da cidade. São salões imensos que retratam o cotidiano do sertanejo em cenas reproduzidas por bonecos traçando uma ligação entre o sertão e a história da Pedra do Reino. Caso ainda não tenham compreendido a ligação do parentesco eu explico: eu sou da realeza!! Realeza sertaneja, mas sou! Açucena não é lá em Brogodó? ? ? ? Por que eu não posso ser a condessa prima do rei dono do Castelo Armorial em Belmonte? ?


Castelo Armorial prontinho!


Na Semana Santa do ano passado estive lá com meus pais e minha irmã mais velha, Pretinha. O castelo estava em construção ainda, mas fizemos questão de ver por dentro o que Clécio estava arquitetando. Ao entrar naqueles salões e ver algumas das peças típicas do Movimento Armorial (cabras-aladas, serpentes, gaviões...) a gente tinha certeza de que se tratava de um sonho que já tomava forma e aos poucos deixava de povoar apenas a mente dele pra se tornar um memorial incrível da cultura pernambucana. Jabá: indo pras bandas de Salgueiro, vale dar uma passadinha pra conhecer o castelo cravado no meio do sertão!

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